China afirma que continuará com retaliações após tarifas de 104% começarem a valer

Economia




Em coletiva, porta-voz do Ministério da Relações Internacionais disse que “se os EUA realmente quiserem resolver o problema por meio do diálogo e da negociação, devem adotar uma postura de igualdade, respeito e benefício mútuo”. Donald Trump e Xi Jinping
Kevin Lamarque / Reuters
A China divulgou um documento sobre suas relações comerciais e econômicas com os Estados Unidos, reiterando que continuará com as retaliações, após o presidente dos EUA, Donald Trump, aumentar as tarifas sobre produtos chineses. A informação é da agência de notícias Reuters.
Segundo Livro Branco, o país asiático considera normal que as duas maiores economias do mundo tenham diferenças e atritos na cooperação econômica e comercial, e afirmou estar disposta a dialogar com Washington para resolvê-los.
Em coletiva nesta quarta (9), porta-voz do Ministério das Relações Internacionais disse que “se os EUA realmente quiserem resolver o problema por meio do diálogo e da negociação, devem adotar uma postura de igualdade, respeito e benefício mútuo”.
“Os Estados Unidos continuam abusando das tarifas para pressionar a China. A China se opõe firmemente a isso e jamais aceitará esse tipo de intimidação”, afirmou.
O Ministério do Comércio ainda reiterou a promessa da terça de continuar revidando até o fim. “A China tem vontade firme e meios abundantes, e contra-atacará resolutamente até o fim”, disse um porta-voz.
“A China não deseja travar uma guerra comercial, mas o governo chinês jamais ficará de braços cruzados vendo os direitos e interesses legítimos do povo serem prejudicados e violados”.
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Tarifaço e a China
As tarifas de 104% dos Estados Unidos contra a China começaram a valer nesta quarta-feira (9), após o país asiático não desistir da retaliação aos EUA dentro do prazo estabelecido pelo presidente Donald Trump — que era até as 13h desta terça-feira (8).
Na madrugada de segunda para terça, a China já havia dito que não voltaria atrás na decisão e que estaria pronta para seguir respondendo aos aumentos tarifários, apesar de considerar que “em uma guerra comercial não há vencedores”.
Também passam a valer nesta quarta as tarifas recíprocas individualizadas, mais altas, impostas aos países com os quais os EUA têm maiores déficits comerciais.
Esse novo capítulo do “tarifaço global” dos EUA começou no último dia 2 de abril, quando Trump anunciou taxas de importação sobre 180 países de todo o mundo.
A Ásia foi o continente que recebeu as maiores tarifas. A taxa anunciada por Trump para a China no dia foi de 34%, o que faria com que os produtos chineses fossem taxados pelos EUA em 54%, no total.
Na sexta-feira (4), a China anunciou que iria impor tarifas também de 34% sobre os produtos americanos, como resposta ao tarifaço.
Trump, então, ameaçou cobrar taxas extras de 50% à China se o país não recuasse da retaliação nesta terça (8). Como Pequim não desistiu, as tarifas de 104% entraram em vigor.
Como a tarifa para a China chegou a 104%:
No início de fevereiro, os EUA aplicaram uma taxa extra de 10% sobre as importações vindas da China, que se somou à tarifa de 10% que já era cobrada do país, chegando a 20%;
Na quarta-feira da semana passada, dia 2 de abril, Trump anunciou seu plano de “tarifas recíprocas” que incluía uma taxa extra de 34% à China, elevando a alíquota sobre os produtos do país asiático a 54%;
Agora, após a retaliação chinesa que também impôs tarifas de 34% sobre os EUA, a Casa Branca confirmou mais 50% em taxas sobre as importações chinesas, deixando a tarifa sobre o país no patamar de 104%.
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