De passaportes com chips a elevadores: a curiosa origem de 5 objetos que facilitam nossa vida

Tecnologia




Algumas das histórias fascinantes por trás da invenção das tecnologias do mundo moderno De passaportes com chips a elevadores: a curiosa origem de 5 objetos que facilitam nossa vida.
BBC
Muitas vezes nos esquecemos de que estamos sempre rodeados por uma tecnologia fabulosa.
Nossos lares, nossos bolsos, nossos escritórios… todos estão repletos de objetos muito criativos, projetados para facilitar a nossa vida.
E, mesmo sem observarmos, o extraordinário engenho humano se esconde por trás de muitos deles, ao lado da sorte e do acaso que geraram sua forma no nosso mundo.
A BBC News Mundo, serviço em espanhol da BBC, separou cinco histórias que revelam a genialidade humana.
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1. Uma corrida épica… nos seus ouvidos
Você provavelmente faz bom uso dos seus fones de ouvido com cancelamento de ruído quando se senta ao lado de um fanático apreciador do TikTok. Mas como eles realmente cancelam o ruído indesejado?
Ocorre que os seus fones, por menores que sejam, incluem mais de um microfone.
Um deles coleta a onda sonora do ruído que entra, gerando uma corrida entre a velocidade do som e a da matemática.
O fone recebe a onda sonora barulhenta e a inverte, agrega e faz com que ela chegue ao seu tímpano exatamente com a mesma velocidade do som indesejado original.
A onda sonora que você não quer ouvir é cancelada pela própria onda sonora invertida. Por isso, você não a escuta e pode continuar apreciando o som que você realmente aprecia.
O criação dos fones de ouvido com cancelamento de ruído está relacionada com o uso de helicópteros pelos EUA na Guerra da Coreia
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Este processo é, ao mesmo tempo, fenomenal e alucinante. Ele exige muitos cálculos matemáticos brilhantes.
Pode parecer uma inovação recente, mas sua origem remonta a 70 anos atrás, durante a Guerra da Coreia (1950-1953).
Os Estados Unidos enviavam helicópteros para recolher soldados feridos ou imobilizados, que pediam ajuda pelo rádio. Mas as pás dos helicópteros impediam que os sinais fossem ouvidos.
Na verdade, nem o piloto, nem os passageiros dos helicópteros conseguiam se comunicar verbalmente entre si, impossibilitados pelo ruído. O engenheiro Lawrence J. Fogel (1928-2007) comprovou esta situação e fez diversas viagens de helicóptero em busca de uma solução.
A teoria sobre a forma de cancelamento das ondas sonoras entre si havia sido descoberta mais de 150 anos antes. Mas Fogel foi o primeiro a fazer uso prático dela, na década de 1950.
Ele criou os primeiros fones de ouvido com cancelamento de som. Com isso, Fogel transformou completamente as comunicações durante o voo.
2. Criminosos reincidentes… e passaportes
Os passaportes com chips incorporados de hoje em dia parecem ser de alta tecnologia. Mas a origem dos passaportes biométricos se encontra, na verdade, na frustração de um policial do século 19: o francês Alphonse Bertillon (1853-1914).
Ele trabalhava em uma delegacia de polícia da capital francesa, Paris, na década de 1880. Foi quando ele percebeu que, como não havia uma forma consistente de registrar os dados dos criminosos, os reincidentes se livravam da responsabilidade simplesmente se fazendo passar por outra pessoa.
Mas Bertillon sabia que a estrutura do corpo adulto não muda com o passar do tempo. Por isso, ele idealizou um sistema de medidas corporais, combinado com uma fotografia policial.
Os passaportes com chips surgiram da frustração de um policial do século 19.
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Suas inovações ajudaram até mesmo a identificar o famoso assassino em série francês Joseph Vacher (1869-1898).
O sistema de Bertillon foi posteriormente substituído pelas impressões digitais, até renascer na década de 1960, dando início aos sistemas de reconhecimento facial e biométrico de hoje em dia.
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3. Os mineiros… e os elevadores
A cada três dias, os elevadores do mundo somados transportam o equivalente a toda a população mundial.
Basicamente, eles são uma caixa pendurada em um abismo – e, ainda assim, ocorrem poucos acidentes.
O elevador é o meio de transporte mais seguro que existe. E um dos principais motivos são os cabos incrivelmente fortes que o sustentam.
O segredo da força desses cabos é o seu formato trançado. A fricção entre as fibras retorcidas fornece aderência, devido à sua textura áspera.
O elevador solucionou um problema mortal que havia nas minas de carvão do século 19, que impulsionaram a Revolução Industrial. Os mineiros precisavam descer a grandes profundidades e os elevadores eram pendurados com cordas de cânhamo ou correntes de ferro, que se rompiam com o uso.
Mas cada opção tem suas virtudes, segundo o administrador de minas alemão Wilhelm Albert (1787-1846). Ele combinou as duas soluções disponíveis e começou a retorcer fios de ferro como se fossem cordas.
O elevador é o meio de transporte mais seguro que existe.
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Em 1834, Albert criou o cabo de aço trançado, mais forte que as cordas de cânhamo e mais barato e mais leve do que as correntes de ferro. Foi esta invenção de 190 anos atrás que tornou os elevadores mais seguros.
Mas a tecnologia que ajuda a impulsionar os elevadores para cima é ainda mais antiga. Ela foi empregada em uma arma de guerra perto do século 12.
O trabuco de contrapeso era um aparelho gigantesco, parecido com uma catapulta. Ele era usado para lançar projéteis enormes a grandes distâncias, permitindo aos invasores esmagar as defesas inimigas com muita rapidez.
O trabuco empregava o mesmo mecanismo que possibilita que os elevadores de hoje em dia movimentem o peso da cabine para cima.
4. Soprar antes de aspirar
Os aspiradores de hoje em dia estão repletos de uma série de artefatos eletrônicos de alta tecnologia.
O Gen5, por exemplo, é o pequeno motor do modelo mais poderoso da marca Dyson. Ele pode girar a 135 mil revoluções por minuto, nove vezes mais rápido que o motor de um carro de Fórmula 1.
Isso faz com que o ar passe a 75% da velocidade do som, o que representa uma sucção poderosa, vital para recolher as mais teimosas partículas indesejadas do seu entorno.
Curiosamente, o fato de que a sucção seria a solução nem sempre foi óbvio. As primeiras máquinas não aspiravam, mas sim sopravam o ar para tentar levantar o pó dos tapetes e depositá-lo em um saco coletor.
O engenheiro Hubert Cecil Booth (1871-1955) foi quem teve a ideia de que seria melhor sugar a sujeira através de um filtro. E, em 1901, ele inventou o primeiro aspirador.
Mas o aparelho era enorme e caríssimo.
Os aspiradores de hoje em dia estão repletos de uma série de artefatos eletrônicos de alta tecnologia.
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Apenas seis anos mais tarde, chegaram aspiradores portáteis e mais baratos, das mãos de James Spangler (1848-1915), um inventor de pouco sucesso que não havia conseguido acertar com nenhuma das suas ideias.
Sem conseguir dinheiro, Spangler precisou trabalhar em uma loja de departamentos no Estado americano de Ohio. Seu trabalho era fazer faxina, mas, como ele sofria de asma, acabava passando muito mal.
Ele decidiu criar um aparelho eletrônico que sugasse o pó, usando o motor de uma máquina de costura, um cabo de vassoura, um forro de almofada e uma caixa com aros.
Spangler pode ter criado o primeiro aspirador portátil, mas o nome que permaneceu associado à sua invenção foi o do empresário local que investiu na inovação: William Hoover (1849-1932).
Spangler morreu antes de ver o sucesso da sua criação. A popularidade do aspirador de pó disparou na década de 1920, com constantes melhorias.
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5. Cabos de cobre… para evitar acidentes
As telas sensíveis ao toque são cada vez mais populares e já não nos assombramos mais com elas.
O iPhone levou este tipo de telas para o público em geral em 2007, mas a tecnologia já era empregada nas torres de controle de tráfego aéreo desde a década de 1960.
A missão dos controladores de tráfego aéreo em terra é proteger a vida humana nos céus. Cada voo é identificado com um prefixo e, naquela época, era preciso escrever este código único para que os computadores processassem as informações de voo.
Mas, com as dimensões do tráfego aéreo, a precisão era indispensável. E havia muita coisa em jogo: cada voo tinha um código com 5 a 7 caracteres de comprimento – e, quando se escreve sob pressão, é muito fácil cometer erros.
As telas sensíveis ao toque são cada vez mais populares e já não nos assombramos mais com elas.
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Até que o engenheiro britânico Eric Arthur Johnson teve uma ideia engenhosa para se desfazer do teclado: uma tela sensível aos dedos.
Ele sabia que as cargas elétricas se armazenam nos nossos corpos. E, quando dois campos elétricos se aproximam, eles perturbam um ao outro.
Mas o que acontece se você esticar um pedaço de cabo de cobre e o conectar a um computador? Pois esta foi a base da sua invenção revolucionária.
Se, nos centros de controle de tráfego aéreo, houvesse telas com uma série de cabos de cobre e cada um deles pudesse ser detectado e etiquetado com os códigos de voo separadamente, o controlador só precisaria tocar no indicativo, em vez de escrevê-lo.
Johnson criou um sistema flexível, muito mais rápido que qualquer coisa que havia existido antes. Mas o mais importante é que ele era muito menos propenso a erros.
Aquela foi a primeira tela sensível ao toque do mundo. E permitiu ajustar rapidamente os planos de voo dos aviões, evitando a ocorrência de tragédias.
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