Presidente assinou ordem que autoriza exploração em larga escala no fundo do oceano, inclusive em águas internacionais. Ambientalistas alertam para risco à vida marinha. Donald Trump assina ordens no Salão Oval da Casa Branca, em 4 de fevereiro de 2025
REUTERS/Elizabeth Frantz
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quinta-feira (24) uma ordem executiva para autorizar a exploração de minerais em larga escala no fundo do oceano, inclusive em águas internacionais, apesar de alertas de organizações ambientais.
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A medida desafia a Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos (AIFM), órgão ligado à ONU.
O decreto determina que o secretário de Comércio, Howard Lutnick, “acelere a revisão” de pedidos de licenças para exploração e extração de minerais “além da jurisdição” dos Estados Unidos. Também orienta o secretário do Interior, Doug Burgum, a tomar medidas semelhantes em águas territoriais.
Um alto funcionário do governo afirmou que a estimativa é de que os EUA possam obter bilhões de toneladas de material em dez anos.
A ordem também pede que o Departamento de Comércio prepare um relatório sobre “a viabilidade de um mecanismo de distribuição” dos recursos extraídos do fundo do mar.
Os Estados Unidos não são membros da AIFM, que regula o leito marinho em alto-mar com base em tratados que Washington nunca ratificou.
Jeff Watters, vice-presidente da ONG Ocean Conservancy, disse em nota que os EUA estão “abrindo caminho” para que outros países também iniciem a mineração em águas internacionais, o que pode ter impactos negativos para os oceanos.
Até hoje, projetos de mineração comercial no fundo do mar nunca foram colocados em prática. No entanto, países como Japão e Ilhas Cook já concederam licenças de exploração em suas zonas econômicas exclusivas (ZEE).
Segundo o governo, a mineração em águas profundas poderia gerar 100 mil empregos e aumentar o PIB dos EUA em US$ 300 bilhões (R$ 1,7 trilhão) em dez anos.
“Queremos que os Estados Unidos estejam à frente de China nesse âmbito”, disse o funcionário.
A exploração se concentra nos nódulos polimetálicos, formações do fundo marinho que contêm manganês, níquel, cobalto e cobre. Eles também são ricos em terras raras, usadas na produção de baterias, painéis solares, celulares e computadores.
A empresa canadense The Metals Company (TMC) anunciou neste ano que pretende atuar à margem da AIFM e buscar autorização do governo americano para iniciar a extração em águas profundas.
Emily Jeffers, advogada do Centro para a Diversidade Biológica, afirmou que “Trump tenta expor um dos ecossistemas mais frágeis e menos estudados da Terra a uma exploração industrial descontrolada”.
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