Secretário do Tesouro dos EUA diz estar 'confiante de que a China quer chegar a um acordo sobre tarifas'

Economia




Em entrevista a um canal americano, Scott Bessent falou sobre as tarifas impostas pelo país e afirmou que ‘a incerteza estratégica é a tática de negociação de Trump’. O secretário de Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, afirmou que está confiante de que o país e a China chegarão a um acordo sobre tarifas em entrevista ao canal Fox Business Network, nesta quinta-feira (1º).
“Estou confiante de que os chineses vão querer chegar a um acordo. E, como eu disse, este será um processo de várias etapas. Primeiro, precisamos reduzir a tensão e, com o tempo, começaremos a nos concentrar em um acordo comercial maior”, disse.
Negociações paradas
Na sexta-feira (25), o governo chinês voltou a negar que está tendo qualquer conversa sobre tarifas com o presidente Donald Trump e disse que os EUA deveriam “parar de criar confusão”.
A afirmação dos chineses ocorreu depois da divulgação de uma entrevista da “Time Magazine” com Trump, em que o ele disse que recebeu uma ligação do presidente da China, Xi Jinping, para falar sobre a guerra tarifária entre os países.
Trump reforçou que seu governo está em negociação ativa com os chineses para chegar a um acordo comercial que evite o tarifaço.
China e EUA
Associated Press
Segundo o presidente americano, ele consideraria “uma vitória” se os EUA ainda tiverem tarifas de 50% sobre produtos estrangeiros daqui um ano.
Trump não respondeu ao questionamento sobre quando recebeu a ligação de Xi, mas afirmou que “ele ligou” e que não pensa que isso “é um sinal de fraqueza da parte dele”.
O presidente também não respondeu o que Xi falou nesta ligação, mas disse que “todos querem fazer acordos” e que ele é o dono, representando os americanos, da “loja dos EUA” e, portanto, decide quanto cada um terá que pagar para fazer negócios ali.
Segundo Trump, há um número com o qual o governo chinês “se sentiria confortável”, porém os EUA “não podem deixar que eles ganhem um trilhão de dólares” sobre o país.
“Isso é realmente o que não é sustentável — quando a China ganha um trilhão de dólares, ou um trilhão e cem, quando temos quase 2 trilhões de dólares em algo que eu chamo de prejuízo. Algumas pessoas não chamam assim, mas muita parte disso é prejuízo. Eu digo: quando você tem um déficit comercial de 2 trilhões de dólares, eu considero isso um prejuízo.”
Trump afirma que tarifas sobre produtos da China vão diminuir substancialmente
A “guerra” entre China e EUA foi desencadeada pelas novas tarifas anunciadas por Trump sobre os produtos chineses, que podem alcançar 245% em alguns casos.
Pequim respondeu com novas tarifas de 125% sobre as importações dos EUA.
A disputa comercial — que, segundo Trump, é uma retaliação por práticas comerciais injustas — abalou os mercados e aumentou os temores de uma recessão global.
O porta-voz do ministério chinês afirmou que “qualquer declaração sobre o progresso das negociações econômicas e comerciais entre China e EUA carece de fundamento e base factual”.
“A China pede que os EUA corrijam suas práticas equivocadas, mostrem a sinceridade necessária para as conversações (e) retornem ao caminho correto do diálogo e consulta em condições de igualdade”, acrescentou.
Trump declarou na quarta-feira à imprensa que seu país buscaria um “acordo justo com a China”.
Questionado se havia iniciado conversas com Pequim, o republicano respondeu: “Tudo está ativo”.
Nesta semana, o governo americano voltou a falar sobre o assunto. Na terça-feira (22), Trump disse que um acordo com o gigante asiático poderia “reduzir substancialmente” as tarifas impostas pelos EUA sobre a China e indicou que o acordo final não ficará “nem perto” das taxas atuais. Ele acrescentou, no entanto, que “não será zero”.
Na quarta (23), a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que não haverá redução unilateral nas tarifas dos EUA sobre produtos importados da China.
“A China precisa fazer um acordo com os EUA. Estamos otimistas de que isso acontecerá. E, quando acontecer, caberá ao presidente [Donald Trump] decidir qual será a taxa tarifária sobre a China”, disse Leavitt, em entrevista à Fox News.
“Mas, certamente, precisamos ver uma redução nas tarifas, inclusive nas tarifas não monetárias”, acrescentou a porta-voz do governo, ao destacar que os EUA precisam “continuar observando” empresas estrangeiras “trazerem sua produção de volta” para o país.



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