Dólar abre em leve alta, ainda sob a pressão das expectativas de juros e tarifaço dos EUA

Economia




No dia anterior, a moeda norte-americana avançou 0,63%, cotada a R$ 5,6893. Já a bolsa encerrou em queda de 1,22%, aos 133.491 pontos. Dólar
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O dólar abriu em alta nesta terça-feira (6), iniciando mais um pregão com o mercado de olho nas reuniões de política monetária que acontecem no Brasil e nos Estados Unidos.
Os encontros do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC) por aqui e o do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) começam hoje e terão seus resultados divulgados nesta quarta-feira (7).
Por aqui, o mercado espera que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC) siga no seu ciclo de alta nos juros, levando a taxa Selic para um patamar próximo de 15% ao ano. Hoje, a taxa Selic está em 14,25% ao ano.
Os juros estão em trajetória de alta no país por conta de uma pressão persistente nos preços, que levou a inflação a encerrar acima da meta do BC no ano passado e dá sinais de que pode encerrar 2025 também em um nível maior que o desejado.
Até onde vai a taxa Selic? Inflação deve levar juros a 15% ao ano em 2025
Já nos EUA, a expetativa dos investidores é que o Fed mantenha suas taxas inalteradas entre 4,25% e 4,50% ao ano. Mas mais do que as indicações sobre os juros, o mercado deve acompanhar com atenção o que a instituição vai sinalizar sobre o cenário econômico e de juros do país, por conta da política tarifária de Trump.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar
Às 09h01, o dólar subia 0,10%, cotado a R$ 5,6950. Veja mais cotações.
No dia anterior, a moeda americana fechou em alta de 0,63%, aos R$ 5,6893.
Com o resultado, acumulou:
alta de 0,63% na semana;
avanço de 0,22% no mês; e
perda de 7,94% no ano.

a
📈Ibovespa
O Ibovespa começa a operar às 10h.
Na véspera, o índice fechou em baixa de 1,22%, aos 133.491 pontos.
Com o resultado, o índice acumulou:
recuo de 1,22% na semana;
queda de 1,17% no mês; e
ganho de 10,98% no ano.

O que está mexendo com os mercados?
O tarifaço de Donald Trump e a expectativa pelas novas decisões de juros dos bancos centrais do Brasil e dos Estados Unidos são os fatores que continuam a guiar o mercado nesta terça-feira.
No Brasil, o Copom já havia previsto, em sua última reunião, uma nova alta da taxa Selic. Para o encontro desta quarta-feira, o mercado espera que a instituição leve os juros para o patamar de 14,25% ao ano.
Segundo relatório da XP Investimentos, “a dúvida reside na comunicação para a próxima reunião, isto é, se indicarão ou não altas de juros adiante”.
Ou seja, o mercado quer saber se o Copom já vai indicar uma nova alta para os juros nos próximos meses ou se mudará seu discurso. Parte dos especialistas acredita que a taxa Selic deve continuar subindo e que pode até ultrapassar o nível de 15% ao ano.
Já nos EUA, a previsão do mercado é que o Fed mantenha as taxas inalteradas. Por lá, diz a XP, o mercado vai se atentar às “sinalizações futuras, ante cenário mais desafiador para crescimento econômico e inflação, após as escaladas tarifárias recentes”.
As tarifas de Trump sobre os produtos importados que chegam aos EUA elevam as perspectivas de inflação no país — já que podem deixar tudo mais caro —, além de gerar uma expectativa de redução no consumo e, consequentemente, na atividade econômica.
No domingo (4), em mais um episódio do tarifaço, Trump anunciou uma tarifa de 100% sobre todos os filmes produzidos fora dos Estados Unidos.
Uma maior diferença de juros entre Brasil e EUA tornam a rentabilidade dos títulos públicos brasileiros mais atrativa do que os americanos, o que pode trazer mais investimentos ao país e valorizar o real em relação ao dólar.
Em resposta às pressões americanas, o Comissário Europeu de Comércio, Maros Sefcovic, disse no Parlamento Europeu que o bloco não se sente sob pressão para fechar um acordo comercial com os EUA e que outros países têm interesse em fechar um acordo com a União Europeia.
“Não nos sentimos fracos. Não nos sentimos sob pressão indevida para aceitar um acordo que não seria justo para nós”, afirmou Sefcovic. “Posso lhes dizer que nossos telefones não param de tocar o tempo todo porque todos querem acelerar as negociações de acordos de livre comércio conosco”.
Investidores também reagem à possibilidade de acordos comerciais para evitar o tarifaço entre EUA e outros países.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou no domingo que conversou com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, sobre a política tarifária americana, apontando que os dois países estão negociando os “termos de um entendimento” em relação à questão.
Falando a jornalistas em visita a Los Angeles para tratar sobre investimentos em data centers, Haddad disse que conversou com Bessent “em nome da região”, uma vez que, segundo ele, “não faz sentido” a imposição de tarifas sobre a América do Sul por conta dos déficits comerciais que os países possuem com os EUA.
“O mais importante nesse momento é dizer que nós estamos em uma mesa negociando os termos de um entendimento… Eu acredito que a postura do secretário foi bastante frutífera e demonstrou uma abertura para o diálogo bastante importante”, disse o ministro.
*Com informações da agência de notícias Reuters



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