Na véspera, a moeda norte-americana teve alta de 0,53%, cotada a R$ 5,6849. Já a bolsa encerrou em alta de 0,04%, aos 136.563 pontos, renovando o maior nível em quase nove meses. Funcionário de banco em Jacarta, na Indonésia, conta notas de dólar, em 10 de abril de 2025
Tatan Syuflana/ AP
O dólar abriu em baixa nesta terça-feira (13), com os investidores repercutindo a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central sobre os juros no Brasil e ainda de olho nos efeitos da trégua entre Estados Unidos e China sobre o tarifaço.
No comunicado divulgado nesta terça, o Copom avaliou que o processo de elevação dos juros, promovido nos últimos meses para conter a inflação brasileira, já tem contribuído e “seguirá contribuindo para a moderação de crescimento”.
E acrescentou que o impacto da elevação da taxa básica de juros no mercado de trabalho, que já está sendo observada, deve se intensificar.
O BC tem dito claramente que uma desaceleração, ou seja, um ritmo menor de crescimento da economia, faz parte da estratégia de conter a inflação no país. Avalia que isso é um “elemento necessário para a convergência da inflação à meta”.
Na semana passada, o BC elevou a taxa Selic pela sexta vez seguida, para 14,75% ao ano, o maior patamar em quase duas décadas.
Também segue no radar dos investidores o acordo entre EUA e China sobre as chamadas “tarifas recíprocas” implementadas pelo presidente americano Donald Trump.
No fim de semana, as duas potências concordaram em diminuir significativamente as taxas sobre produtos de importação durante 90 dias.
As taxas dos EUA sobre as importações chinesas cairão de 145% para 30%.
As tarifas da China sobre os produtos americanos serão reduzidas de 125% para 10%.
Após a notícia, o dólar ganhou força e subiu em relação a outras moedas importantes e os mercados de ações da China e EUA dispararam. A diminuição das taxas afasta o temor de que a economia global esteja caminhando para uma recessão.
O Ibovespa, principal índice de ações da bolsa brasileira, teve leve alta e renovou o maior patamar desde agosto.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar
Às 9h02, o dólar caía 0,29%, cotado a R$ 5,6682. Veja mais cotações.
Na segunda-feira (12), a moeda americana fechou em alta de 0,53%, cotada a R$ 5,6849.
Com o resultado, acumulou:
alta de 0,53% na semana;
avanço de 0,14% no mês; e
perda de 8,01% no ano.
a
📈Ibovespa
O Ibovespa começa a operar às 10h.
Na véspera, o índice fechou em alta de 0,04%, aos 136.563 pontos, renovando o maior patamar desde agosto.
Com o resultado, o índice acumulou:
alta de 0,04% na semana;
avanço de 1,11% no mês; e
ganho de 13,53% no ano.
O que está mexendo com os mercados?
O acordo entre Estados Unidos e China sobre tarifas, anunciado nesta segunda-feira (12), foi bem recebido pelo mercado financeiro.
🔎 O mercado entende que o aumento das tarifas sobre produtos importados pelos EUA pode elevar os preços finais e os custos de produção, pressionando a inflação e reduzindo o consumo — o que pode levar a uma desaceleração da maior economia do mundo ou até mesmo a uma recessão global. Assim, a leitura é que a trégua tarifária entre os dois países diminui esses riscos.
Quando Trump anunciou as primeiras “tarifas recíprocas” a mais de 180 países, no que ele chamou de “Dia da Libertação”, no início de abril, as bolsas norte-americanas registraram as maiores quedas em um único dia desde 2020, ano em que o planeta enfrentava a pandemia de Covid-19.
Agora, a redução das tarifas representou um alívio para os investidores. As principais bolsas de Nova York dispararam após o anúncio. As ações chinesas também decolaram e fecharam em alta.
O acordo teve um resultado mais positivo do que muitos analistas esperavam. “Eu achava que as tarifas seriam reduzidas para algo em torno de 50%”, disse Zhiwei Zhang, economista-chefe da Pinpoint Asset Management em Hong Kong, à Reuters.
“Obviamente, esta é uma notícia muito positiva para as economias de ambos os países e para a economia global, e deixa os investidores muito menos preocupados com os danos às cadeias de suprimentos globais no curto prazo”, acrescentou Zhang.
Na semana passada, o mercado já havia reagido positivamente ao anúncio de um acordo comercial entre EUA e Reino Unido sobre o tarifaço.
Os EUA mantiveram uma tarifa de 10% sobre os produtos britânicos importados, enquanto o Reino Unido concordou em reduzir as taxas sobre os produtos norte-americanos de 5,1% para 1,8%, além de fornecer aos EUA maior acesso aos seus mercados.
Trump também indicou que tem várias reuniões planejadas para os próximos dias, destacando que outros países também querem fazer um acordo com os norte-americanos.
Ainda no cenário internacional, Índia e Paquistão declararam um cessar-fogo imediato após o aumento recente das tensões militares na área. A medida diminui o risco geopolítico no sul da Ásia e foi vista como um alívio por investidores que monitoram a estabilidade da região.
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