Mesmo com alta nas exportações, Associação avaliou que a oferta interna do produto está preservada, já que vendas ao exterior representam em torno de 1% da produção. Em março, Lula afirmou que queria descobrir quem estaria roubando no preço do alimento. Exportações de ovos disparam em março, informa Associação
Reprodução/EPTV
As exportações brasileiras de ovos (incluindo produtos in natura e processados) registraram aumento de 342,2% em março, informou nesta terça-feira (8) a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
De acordo com a entidade, foram embarcadas 3.770 toneladas de ovos para o exterior em março deste ano, contra 853 toneladas no mesmo período de 2024.
“Neste mês verificamos, de forma mais expressiva, os resultados positivos da abertura dos Estados Unidos para ovos produzidos no Brasil para term o processamento localmente para produtos de consumo humano. Ao mesmo tempo em que se preserva a oferta interna de produtos para o mercado interno, já que representam em torno de 1% do total produzido no país, as exportações representam uma conquista importante para o avanço do segmento”, avalia o presidente da ABPA, Ricardo Santin.
O aumento de exportações acontece em um momento no qual os preços estão em alta no Brasil. Segundo informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o ovo ficou 15% mais caro nos supermercados em fevereiro em relação a janeiro.
No mês passado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o preço do ovo está caro e que ele ainda não encontrou uma explicação para a alta. Na ocasião, também disse que quer descobrir quem “passou a mão”, isto é, quem está “roubando” no preço do alimento. Ainda chamou de “pilantra” o suposto responsável pela alta.
Em fevereiro deste ano, a ABPA já havia estimado que os preços dos ovos continuariam elevados por mais dois meses, até o fim da quaresma. Naquele momento, a entidade informou que a alta recente representa uma “situação sazonal”, comum ao período pré e durante a quaresma, que acontece em meados de abril.
A Associação listou alguns fatores que pressionaram o preço dos ovos neste começo de ano:
aumento da demanda por conta da quaresma;
elevação de 30% no preço do milho, que é usado como ração para as galinhas;
alta de mais de 100% nos custos de insumos de embalagens;
temperaturas em níveis históricos têm impacto direto na produtividade das aves, com reflexos na oferta de ovos.
No acumulado dos três primeiros meses do ano, as exportações atingiram 8.654 toneladas, um incremento de 97,2% em relação às 4.388 toneladas exportadas no mesmo período de 2024.
Liderando o destino das exportações de janeiro a março, os Estados Unidos importaram 2.705 toneladas, saldo 346,4% maior em relação ao mesmo período do ano passado.
Com explosão dos preços nos Estados Unidos, o governo norte-americano autorizou, em janeiro, a importação de ovos brasileiros para processamento em produtos alimentícios para consumo humano, depois de terem sido permitidos anteriormente apenas para uso em alimentos para animais de estimação, de acordo com a ABPA.
Em seguida estão Emirados Árabes, com 1.422 toneladas (-9%), Chile, com 1.182 toneladas (+65,4%), Japão, com 846 toneladas (132,4%) e México, recentemente aberto, com 576 toneladas.
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