Discursos e homilias de Francisco: veja frases do papa sobre pobreza, homossexualidade, mulheres, Amazônia, polarização e outros temas

Internacional




g1 analisou, com auxílio de inteligência artificial, 9,6 mil páginas de discursos e homilias feitas pelo pontífice ao longo dos 12 anos à frente da Igreja Católica e disponibilizados pelo Vaticano. Veja início da cerimônia de despedida do Papa Francisco
Ao longo dos 12 anos à frente da Igreja Católica, o papa Francisco realizou 2,4 mil discursos e mais de 500 homilias.
Temas globais caros ao pontífice, como a crise imigratória, a pobreza e as guerras eram frequentes nas suas falas, como:
“Migrante deve ser acolhido, acompanhado, apoiado e integrado.”
“A guerra é sempre e só um massacre inútil.”
“Os pobres não são uma fórmula teórica do partido comunista. Os pobres são o centro do Evangelho.”
“Com o arsenal nuclear tão sofisticado, corremos o risco de destruir a humanidade.”
Veja frases do papa Francisco sobre homossexualidade, polarização, pobres e outros temas
Arte g1
Também estão presentes assuntos voltados à própria igreja, como a participação de mulheres nos assuntos eclesiástico e o casamento entre pessoas do mesmo sexo:
“Pergunto-me quem é mais importante na teologia e na mística da Igreja: os apóstolos ou Maria?”
“A Igreja não tem poder para mudar os sacramentos, tal como o Senhor os instituiu.”
O papa falou ainda sobre outros temas, como Amazônia, polarização política, redes sociais e até futebol:
“Provavelmente, nunca os povos originários amazônicos estiveram tão ameaçados nos seus territórios como o estão agora.”
“(…) Tornam-se ‘adeptos’ em vez de irmãos e irmãs no mesmo Espírito; cristãos de direita ou de esquerda antes de o ser de Jesus.”
“Critico muito o mundo virtual. Mas não pelo fato de eu ser um velho retrógrado, mas porque ele tem os seus perigos.”
“Mas acima de tudo, penso no goleiro. Porquê? Porque ele deve parar a bola de onde chutarem, sem saber de que lugar ela há de vir. E a vida é assim.”
Os discursos foram proferidos em diferentes ocasiões, como encontros com grupos religiosos de diversos países, jornalistas e oficiais de justiça. Já as homilias foram todas pronunciadas durante missas celebradas pelo papa.
O g1 submeteu todos os discursos e homilias disponíveis no site do Vaticano – 9,6 mil páginas – a uma ferramenta de inteligência artificial para encontrar frases do papa sobre esses e outros assuntos. Cada frase e seu contexto foram, posteriormente, analisados por jornalistas e checados nos documentos originais.
Veja, abaixo, frases sobre esses e outros temas.
Imigração
“Hoje, não obstante os progressos alcançados e as situações às vezes lastimáveis e até dramáticas que se verificam, a emigração ainda permanece uma aspiração à esperança. Sobretudo nas áreas deprimidas do planeta, onde a falta de trabalho impede a realização de uma existência digna para os indivíduos e para as suas famílias, é vigoroso o impulso a procurar um futuro melhor noutros lugares, inclusive correndo o risco de decepções e insucessos, provocados em grande parte pela crise econômica que, a vários níveis, atinge todos os países do mundo.” (Discurso para pastoral dos migrantes em 21 de novembro de 2014).
Não se pode limitar a gerir a grave crise migratória destes anos como se fosse apenas um problema numérico, econômico ou de segurança. A questão migratória põe uma questão mais profunda, que é, antes de tudo, cultural. Que cultura propõe a Europa hoje? Com efeito o medo, que frequentemente se nota, tem a sua causa mais radical na perda de ideais. Sem um verdadeiro ideal em perspectiva, acaba-se por ficar dominado pelo temor que o outro nos arranque dos hábitos consolidados, prive dos confortos adquiridos, ponha de certo modo em discussão um estilo de vida feito com muita frequência apenas de bem-estar material.” (Discurso para chefes de estado e de governo da União Europeia em 24 de março de 2017).
“O problema dos migrantes: o migrante deve ser acolhido, acompanhado, apoiado e integrado, e a maneira de os integrar é mediante o trabalho. Mas se o migrante for rejeitado ou simplesmente utilizado como operário sem direitos, isto é uma grande injustiça e também prejudica o próprio país.” (Discurso para evento da Cofindustria, a confederação das indústrias da Itália em 12 de setembro de 2022.)
Guerras
“Queria pedir ao Senhor, nesta noite, que nós cristãos e os irmãos de outras religiões, todos os homens e mulheres de boa vontade gritassem com força: a violência e a guerra nunca são o caminho da paz! Que cada um olhe dentro da própria consciência e escute a palavra que diz: sai dos teus interesses que atrofiam o teu coração, supera a indiferença para com o outro que torna o teu coração insensível, vence as tuas razões de morte e abre-te ao diálogo, à reconciliação.” (Homilia na Praça São Pedro em 7 de setembro de 2013.)
“Desassociar-se em tudo das chamadas ‘razões da guerra’ pareceu a muitos quase uma afronta. Mas a história ensina que a guerra é sempre e só um massacre inútil.” (Discurso em encontro com estudantes em 1º de outubro de 2017).
“Rezar pela unidade é o primeiro dever do nosso caminho. E é um dever santo, porque é estar em comunhão com o Senhor, que antes de mais nada rezou ao Pai pela unidade. E continuemos a rezar ainda pelo fim das guerras, especialmente na Ucrânia e na Terra Santa. Penso sentidamente no amado povo do Burkina Faso, em particular nas comunidades que lá prepararam o material para esta Semana de Oração pela Unidade: oxalá o amor ao próximo tome o lugar da violência que aflige o seu país” (Homilia na Basílica de São Paulo Extramuros em 25 de janeiro de 2014.)
10 perguntas e respostas sobre o adeus a Francisco e o conclave
Homossexualidade
“Sempre houve homossexuais e pessoas com tendências homossexuais. Sempre. Os sociólogos dizem, mas não sei se é verdade, que em tempos de mudança de época certos fenômenos sociais e éticos aumentam, e que este seria um deles. Esta é a opinião de alguns sociólogos. Sua pergunta é clara: o que eu diria a um pai que vê seu filho ou filha com essa tendência? Eu lhe diria, antes de tudo, para rezar. Rezar. Não condenar, mas dialogar, compreender, dar espaço para seu filho ou filha.” (Entrevista a jornalistas durante voo de Dublin para Roma em 31 de agosto de 2018.)
“O matrimônio é um sacramento. A Igreja não tem poder para mudar os sacramentos, tal como o Senhor os instituiu. Trata-se de leis que procuram ajudar a situação de muitas pessoas, de orientação sexual diversa. E isto é importante: ajudar as pessoas. Mas sem impor coisas que, por sua natureza, são impossíveis na Igreja.” (Entrevista a jornalistas durante voo de volta de viagem à Hungria e à Eslováquia em 15 de setembro de 2021.)
“O Senhor quer a salvação de todos. Mas, por favor, não façam a Igreja renegar a sua verdade. Muitas, muitas pessoas de orientação homossexual se abeiram do sacramento da Penitência; aproximam-se para pedir conselho aos sacerdotes, e a Igreja ajuda-as a seguir em frente na sua vida, mas… o sacramento do matrimônio não é possível.” (Entrevista a jornalistas durante voo de volta de viagem à Hungria e à Eslováquia em 15 de setembro de 2021.)
“Eu acho que, quando alguém se encontra com uma pessoa assim, deve distinguir entre o fato de que uma pessoa seja gay e o fato de formar uma lobby, porque as lobby nem todas são boas. Isso é mau. Se uma pessoa é gay e procura o Senhor e tem boa vontade, quem sou eu para a julgar? )O Catecismo da Igreja Católica explica isso muito bem, dizendo – esperem um pouco… como diz… -: «Não se devem marginalizar estas pessoas por isso, devem ser integradas na sociedade». O problema não é ter essa tendência, não; devemos ser irmãos, porque este é apenas um; mas se há mais outro, outro. O problema é fazer lobby dessa tendência: lobby de gananciosos, lobby de políticos, lobby dos maçons, tantas lobby. A meu ver, este é o problema mais grave.” (Entrevista a jornalistas durante volta do Brasil, em 28 de julho de 2013.)
Papel das mulheres na igreja
“Mas as mulheres podem fazer tantas coisas, melhor do que os homens. Inclusive no campo dogmático – digo-o para esclarecer, para uma clareza maior e não nos cingirmos apenas a um documento –, na eclesiologia católica, há duas dimensões: a dimensão petrina, que é a dos apóstolos – Pedro e o colégio apostólico, que é a pastoral dos bispos – e a dimensão mariana, que é a dimensão feminina da Igreja. Já disse isto mais do que uma vez. Pergunto-me quem é mais importante na teologia e na mística da Igreja: os apóstolos ou Maria?” (Entrevista a jornalistas durante voo de volta da Suécia em 1º de novembro de 2016.)
“Dado que possui caraterísticas peculiares, a mulher pode oferecer uma contribuição importante para o diálogo, mediante a sua capacidade de escutar, de acolher e de se abrir generosamente ao próximo.” (Discurso em plena´ria do pontíficio conselho para o diálogo interreligioso em 9 de junho de 2017.)
“Entre eles, há precisamente o papel da mulher: essencial para a história da salvação, não pode deixar de o ser para a Igreja e para o mundo. Mas quantas mulheres não recebem a dignidade que lhes é devida! A mulher, que trouxe Deus ao mundo, deve ser capaz de oferecer os seus dons à história. O seu engenho e estilo são necessários. A teologia precisa disto, para não ser abstrata e conceitual, mas delicada, narrativa e vital.” (Discurso para professores e estudantes de facultade teológica italiana em 24 de outubro de 2020.)
Polarização (na política e na igreja)
“Sucede quando se quer distinguir, quando se formam coligações e partidos, quando se obstina em posições excludentes, quando se fecha nos próprios particularismos, porventura considerando-se os melhores ou aqueles que têm sempre razão – são os chamados guardiões da verdade. Desta maneira escolhe-se a parte, não o todo, pertencer primeiro a isto ou àquilo e só depois à Igreja; tornam-se ‘adeptos’ em vez de irmãos e irmãs no mesmo Espírito; cristãos de direita ou de esquerda antes de o ser de Jesus; inflexíveis guardiães do passado ou vanguardistas do futuro em vez de filhos humildes e agradecidos da Igreja” (Homilia em missa de Pentecostes em 4 de junho de 2017).
“O Concílio recorda-nos que a Igreja, à imagem da Trindade, é comunhão. Em vez disso, o diabo quer semear a cizânia da divisão. Não cedamos às suas adulações, não cedamos à tentação da polarização. Quantas vezes, depois do Concílio, os cristãos se empenharam por escolher uma parte na Igreja, sem se dar conta de dilacerar o coração da sua Mãe!” (Homilia na Basílica de São Pedro em 11 de outubro de 2022.)
“Feitos de cinzas e de terra, tocamos a fragilidade ao experimentarmos a doença, a pobreza, o sofrimento que, por vezes, se abate inesperadamente sobre nós e sobre as nossas famílias. E apercebemo-nos de que somos frágeis também quando, na vida social e política do nosso tempo, nos encontramos expostos às ‘poeiras finas’ que poluem o mundo: a contraposição ideológica, a lógica da prevaricação, o regresso de velhas ideologias identitárias que teorizam a exclusão dos outros, a exploração dos recursos da terra, a violência nas suas diversas formas, a guerra entre os povos” (Homilia na missa de Quarta-feira de Cinzas de 5 de março de 2025.)
Pobreza
“Uma Igreja pobre para os pobres! Os pobres não são uma fórmula teórica do partido comunista. Os pobres são o centro do Evangelho. São o centro do Evangelho! Não podemos pregar o Evangelho sem os pobres. Então digo-te: sinto que o Espírito nos está a levar nesta direção. Mas há fortes resistências.” (Em 19 de janeiro de 2018.)
“As hodiernas pobrezas materiais e espirituais tornam ainda mais importante aquilo que sempre se pediu, ou seja, que os Pastores prestem atenção aos pobres, que sejam capazes de estar com eles, com um estilo de vida simples, a fim de que os pobres sintam que as nossas igrejas são em primeiro lugar a sua casa.” (Em 17 de fevereiro de 2018.)
“O sentido da fé do Povo de Deus viu nos pobres ‘os porteiros do Céu’. São eles que nos abrirão, ou não, as portas da vida eterna; eles que não se consideraram senhores nesta vida, que não se antepuseram aos outros, que tiveram só em Deus a sua própria riqueza. São ícones vivos da profecia cristã.” (Em 27 de outubro de 2019.)
Importância da fé
“É bom que haja desafios. É bom, porque nos fazem crescer. São sinal de uma fé viva, de uma comunidade viva que procura o seu Senhor e mantém os olhos e o coração abertos. Ao contrário, devemos temer uma fé sem desafios, uma fé que se considera completa, toda completa: não preciso de outras coisas, está tudo feito.” (Em 25 de março de 2017.)
Drogas
“As legalizações das chamadas ‘drogas leves’, até parciais, além de serem discutíveis a nível legislativo, não produzem os efeitos estabelecidos. Depois, as drogas substitutivas não são uma terapia suficiente, mas um modo velado de se render ao fenômeno. Pretendo reafirmar quanto já foi dito noutra ocasião: não a qualquer tipo de droga. Simplesmente.” (Em 20 de julho de 2014:)
“É evidente que não existe uma única causa que leva à dependência da droga, mas são numerosos os fatores que influenciam, entre os quais a falta de uma família, a pressão social, a propaganda dos traficantes, o desejo de viver novas experiências. Cada toxicodependência traz consigo uma história pessoal diferente, que deve ser ouvida, compreendida, amada e, na medida do possível, sanada e purificada.” (Em 24 de novembro de 2016.)
“Não podemos negar que há pessoas que persistem em pecados que ferem a convivência e a comunidade: ‘penso no drama dilacerante da droga com a qual se lucra desafiando leis morais e civis’ (Francisco, Mensagem para o Dia Mundial da Paz de 2014, 8). Este mal ameaça diretamente a dignidade da pessoa humana e, gradualmente, rompe a imagem que o Criador moldou em nós. Condeno firmemente esta praga que apagou tantas vidas e que é mantida e sustentada por pessoas sem escrúpulos.” (Em 10 de setembro de 2017.)
Comunhão, misericórdia e perdão
“O perdão é algo de que todos nós temos necessidade, sem excluir ninguém. É por este motivo que, no início da Missa, nos reconhecemos por aquilo que somos, ou seja, pecadores. E não se trata de um modo de dizer, de uma formalidade: é um gesto de verdade” (Em 1º de novembro de 2015.)
“O mistério da misericórdia não deve ser celebrado só com palavras, mas sobretudo com obras, com um estilo de vida realmente misericordioso, feito de amor abnegado, serviço fraterno, partilha sincera.” (Em 3 de novembro de 2016.)
“A nossa conversão pessoal e comunitária, o nosso gradual conformar-nos com Ele, o nosso viver cada vez mais n’Ele, que nos permitem crescer na comunhão entre nós. Esta é a alma que apoia também as sessões de estudo e qualquer outro tipo de esforço para chegar a pontos de vista mais próximos. Tendo muito presente isto, é possível desmascarar alguns falsos modelos de comunhão que na realidade não levam à unidade, mas a contradizem na sua essência.” (Em 10 de novembro de 2016.)
Paz e religiões
“É muito triste quando se chega a fazer a guerra entre pobres, porque é uma coisa rara: os pobres são, devido à sua própria pobreza, mais inclinados a ser artífices da paz. Fazei paz! Criai paz! Sede exemplos de paz! Precisamos de paz no mundo. Temos necessidade de paz na Igreja; todas as Igrejas precisam de paz; todas as religiões têm necessidade de crescer em paz, porque todas as religiões são mensageiras de paz, mas contudo devem crescer em paz. Ajudai, cada um de vós na própria religião.” (Em 11 de novembro de 2016.)
“A paz é uma tarefa urgente também no mundo de hoje, no qual muitas populações são dilaceradas por guerras e violências. A paz é ao mesmo tempo dom divino e conquista humana. Por isso, os crentes de todas as religiões são chamados a invocá-la e a interceder por ela; e todos os homens de boa vontade, especialmente quantos desempenham cargos de responsabilidade, são chamados a trabalhar por ela, com o coração, a mente e as mãos, porque a paz se constrói de modo ‘artesanal’. Nesta obra, paz e justiça são construídas juntas.” (Em 18 de outubro de 2017.)
Abusos sexuais na Igreja Católica
“No Chile, falei duas vezes dos abusos: com grande força, diante do governo, que significava falar diante da Pátria e, na catedral, com os sacerdotes. O discurso que fiz aos sacerdotes traduz o que sinto mais profundamente a respeito deste problema. Sabeis que foi o Papa Bento XVI que começou com a tolerância zero; eu prossegui com a tolerância zero e, após quase cinco anos de pontificado, não assinei um único pedido de graça. Se a segunda instância confirmar a primeira, resta apenas uma saída para a pessoa: apelar ao Papa como graça. Em cinco anos, terei recebido – não sei bem o número – vinte ou vinte e cinco casos de graça, que tiveram a coragem de pedir. Não assinei nenhum.” (Conversa com jornalistas durante voo de volta de Lima a Roma, em 21 de janeiro de 2018.)
“É a maior desolação que a Igreja está sofrendo. Isto impele à vergonha (…) Porque Deus o ungiu para santificar as crianças e os adultos, e ele, em vez de os santificar, destruiu-os. É horrível! É preciso ouvir o que sente um abusado ou abusada!” (Encontro com membros da Companhia de Jesus, em 19 de janeiro de 2018.)
“Com a mente e com o coração volto à história destes pequenos a quem encontrei anteontem. Eu os escutei, senti o seu sofrimento enquanto abusados, e o repito aqui: na Igreja há lugar para todos, mas todos seremos julgados e não há lugar para o abuso, não há lugar para o encobrimento dos abusos. Peço a todos: não encobri os abusos! Peço aos bispos: não encobri os abusos! Condenai os abusadores e ajudai-lhes a curar-se desta enfermidade que são os abusos. O mal não se esconde, mas deve ser posto ao descoberto: que se saiba! Como o fizeram com coragem alguns dos abusados. Que se saiba! E que se julgue o abusador, seja leigo, leiga, padre ou bispo”. (Homilia na missa de beatificação de Ana de Jesus. Em 29 de setembro de 2024.)
Amazônia
“Louvado sejais, Senhor, por esta obra maravilhosa dos povos amazônicos e por toda a biodiversidade que estas terras contêm! Este cântico de louvor esboroa-se quando ouvimos e vemos as feridas profundas que carregam consigo a Amazônia e os seus povos. Quis vir visitar-vos e escutar-vos, para estarmos juntos no coração da Igreja, solidarizarmo-nos com os vossos desafios e, convosco, reafirmarmos uma opção sincera em prol da defesa da vida, defesa da terra e defesa das culturas. Provavelmente, nunca os povos originários amazônicos estiveram tão ameaçados nos seus territórios como o estão agora. (Encontro com povos da Amazônia em 9 de janeiro de 2018.)
Redes sociais e mundo virtual
Critico muito o mundo virtual. Mas não pelo fato de eu ser um velho retrógrado, mas porque ele tem os seus perigos. […] Por outras palavras, o mundo virtual pode levar-te a um nível de alienação muito grande. (Discurso do papa Francisco na reunião pré-sinodal com os jovens no pontifício Colégio Internacional Maria Mater Ecclesiae, em 19 de março de 2018)
Hoje parece que as redes sociais nos oferecem este espaço de “rede”, de conexão com outros, e até os nossos filhos os fazem sentir-se como parte de um grupo. Mas o problema que comportam, devido à sua própria virtualidade, é que nos deixam como que “no ar” — eu disse “sociedade líquida”; mas podemos dizer sociedade gasosa.” (Discurso do do papa Francisco na abertura do Congresso Pastoral da Diocese de Roma, em 19 de junho de 2017)
Futebol
Gosto de pensar no futebol, porque me agrada e me ajuda. Mas acima de tudo, penso no goleiro. Porquê? Porque ele deve parar a bola de onde chutarem, sem saber de que lugar ela há de vir. E a vida é assim. É preciso enfrentar as situações de onde elas vêm e como vêm. (Discurso para diretores e jogadores do Villareal FC em 23 de fevereiro de 2017.)
Bisbilhoteiros
O bisbilhoteiro é um terrorista, porque se comporta como os terroristas: lança a bomba, vai embora, a bomba explode e danifica muitos outros, com a língua, aquela bomba. Não façais terrorismo! Não façais o terrorismo dos enredos, por favor. Esta é a terceira palavra que me vem à mente. (Encontro com funcionários da Santa Sé e do Estado da Cidade do Vaticano e seus familiares em 21 de dezembro de 2017.)
E pensai também nos bispos, nos vossos sacerdotes: se tens alguma coisa contra ele, hoje ou amanhã, o primeiro que o deve saber é ele, e não os outros com os enredos. Nunca bisbilhoteis, sede homens bons, que não fazem mexericos. (Discurso em seminário religioso em 10 de dezembro de 2016.)



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