No dia anterior, a moeda norte-americana recuou 2,54%, cotada a R$ 5,8452. Já o principal índice da bolsa brasileira avançou 3,12%, aos 127.796 pontos. Dólar
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O dólar abriu em alta nesta quinta-feira (10), mesmo em um pregão marcado por um maior otimismo global após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recuar do tarifaço contra mais de 180 países.
Depois de uma semana de caos nas bolsas de valores do mundo inteiro, com quedas expressivas em ações de empresas de todos os setores Trump decidiu “pausar” o tarifaço contra mais de 180 países, reduzindo todas as tarifas a 10% pelo prazo de 90 dias. Antes, as tarifas chegavam a até 50%.
Só uma exceção na decisão do republicano: a China. Trump impôs, inicialmente, uma tarifa de 34% sobre as importações chinesas — que, somadas às taxas de 20% que já eram cobradas, resultavam numa alíquota de 54%.
A China retaliou e tarifou os EUA em 34%. Trump não gostou e impôs mais 50% de taxas sobre os chineses, que retaliaram mais uma vez, elevando a tarifa sobre os americanos para 84% (um aumento de 50 pontos percentuais).
Como resposta, Trump elevou as taxas dobre a China para 125%. Até agora, porém, a China não retaliou — embora já tenha dito, antes, que estava pronta para “revidar até o fim”.
🔎 O alívio nos mercados ocorre porque, com as tarifas nas alturas, especialistas dizem que a inflação pode acelerar com força nas maiores economia do mundo e gerar uma forte redução no comércio internacional e no consumo da população — o que pode impactar o mundo todo e levar a um período de recessão econômica.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar
Às 09h01, o dólar subia 0,28%, cotado a R$ 5,8618. Veja mais cotações.
No dia anterior, a moeda americana teve queda de 2,54%, cotada a R$ 5,8452.
Com o resultado, acumulou:
alta de 0,17% na semana;
ganho de 2,44% no mês; e
perda de 5,41% no ano.
a
📈Ibovespa
O Ibovespa começa a operar às 10h.
Na véspera, o índice teve alta de 3,12%, aos 127.796 pontos.
Com o resultado, o Ibovespa acumulou:
queda de 2,61% na semana;
recuo de 4,86% no mês; e
ganho de 3,03% no ano.
O que está mexendo com os mercados?
O humor do mercado mudou completamente depois que o presidente dos EUA anunciou que irá pausar por 90 dias o programa de tarifas recíprocas, e reduzirá para 10% as tarifas de importação contra países, exceto a China.
Segundo Trump, as taxas contra os chineses aumentarão para 125%, devido às retaliações anunciadas por Pequim nesta semana.
“Com base na falta de respeito que a China demonstrou aos mercados mundiais, estou, por meio deste, aumentando a tarifa cobrada da China pelos Estados Unidos da América para 125%, com efeito imediato”, escreveu Trump.
Na mesma publicação, o líder norte-americano anunciou que reduzirá para 10% as taxas recíprocas a outros países, pelo prazo de 90 dias. Ele se referiu à decisão como uma “pausa” no tarifaço detalhado na quarta-feira da semana passada, que resultou na escalada da guerra comercial global.
Mais cedo, o clima estava azedo depois do anúncio da nova tarifa de 84% cobrada pela China sobre os produtos americanos, que aconteceu no mesmo dia em que entraria em vigor uma tarifa de 104% contra o país asiático.
Em duelo com os EUA desde o anúncio das tarifas recíprocas, a China disse que estava preparada para “revidar até o fim” contra o plano de Trump de reduzir as importações.
Nesta quarta (9), a União Europeia também aprovou o seu primeiro pacote de retaliação contra as tarifas, apesar de reforçar que está disposta a negociar. O bloco de 27 países decidiu aplicar taxas de 25% sobre uma série de importações dos EUA a partir da próxima terça-feira (15), em etapas.
Inicialmente, a ação da UE é uma resposta específica às tarifas de 25% sobre o aço e o alumínio aplicadas pelos EUA no mês passado. O bloco ainda está avaliando como responder às tarifas sobre automóveis e outras questões mais amplas.
A questão para a economia global é que o aumento de tarifas traz as seguintes consequências:
➡️ As tensões crescentes entre os países elevam as incertezas globais com o futuro da economia.
➡️ Mais tarifas tornam os produtos que chegam aos países mais caros, o que contribui para um aumento da inflação.
➡️ Com os preços altos, o mercado teme que aconteça uma redução nos níveis de consumo da população, além de uma queda no comércio internacional.
➡️ Esse cenário nas maiores economias do mundo eleva os temores por um período de recessão global.
Impacto nas bolsas
➡️ Na Ásia, as bolsas de valores fecharam majoritariamente em baixa, com exceção da China e Hong Kong, que subiram antes do anúncio da nova retaliação chinesa.
➡️ Na Europa, a expectativa de desaceleração econômica provocou, mais uma vez, uma queda generalizada nas bolsas de valores. Por lá, o índice Euro Stoxx 50, que reúne as ações das principais empresas europeias, fechou em queda de 3,31%.
➡️ Nos Estados Unidos, houve tempo para reagir ao anúncio de Trump. Wall Street opera com fortes altas.
As commodities ligadas ao aquecimento da atividade econômica, como petróleo e minério de ferro — que são muito demandadas quando a produção no país é grande — também sofriam no início do dia, e registravam os seus menores patamares em anos.
O barril de petróleo chegou ao entorno dos US$ 60. Durante o pregão, caiu abaixo desse patamar. Segundo levantamento da XP, esse é o menor nível da commodity em quatro anos, desde meados da pandemia de Covid-19, quando o mundo passou por uma forte desaceleração econômica.
“Além disso, o preço do minério de ferro cedeu para US$ 90 por tonelada, patamar bem abaixo dos US$ 110 que operava antes dos anúncios das tarifas”, destaca o relatório da XP.
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