Dólar opera em baixa com mercado reagindo a recuo de Trump sobre Powell e China

Economia




No dia anterior, a moeda norte-americana recuou 1,32%, cotada a R$ 5,7278. Já o principal índice acionário da bolsa de valores brasileira avançou 0,63%, aos 130.464 pontos. Notas de real e dólar
Amanda Perobelli/ Reuters
O dólar abriu em baixa nesta quarta-feira (23), em um dia de mais tranquilidade nos mercados financeiros globais após novos recuos do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em relação ao presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell , e às tarifas sobre a China.
Às 09h30, o dólar era negociado abaixo dos R$ 5,70.
Depois de criticar e afirmar que Powell deixaria o Fed se ele mandasse na última semana, Trump disse, nesta terça (22), que não planeja demiti o presidente do BC americano.
Embora Trump não possa demitir o presidente do Fed de maneira simples e rápida (isso só poderia acontecer com um longo processo que comprovasse a má atuação de Powell), o recuo do republicano acalma os investidores, que temiam que as falas do presidente pudessem representar um desejo de interferir na instituição.
ENTENDA A IMPORTÂNCIA DE UM BANCO CENTRAL INDEPENDENTE
Trump também voltou a falar com um tom mais leve sobre a China. Ele se disse otimista com a possibilidade de conseguir chegar a um acordo comercial com o país asiático, o que poderia “reduzir substancialmente” as tarifas aplicadas sobre os produtos chineses importados pelos EUA”.
O presidente disse que, em um eventual acordo final, as tarifas não ficariam “nem perto” das taxas atuais, ainda que não sejam zeradas.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar
Às 09h30, o dólar caía 0,79%, cotado a R$ 5,6823. Veja mais cotações.
No dia anterior, a moeda americana teve queda de 1,32%, cotada a R$ 5,7278.
Com o resultado, acumulou:
recuo de 1,32% na semana;
ganho de 0,39% no mês; e
perda de 7,31% no ano.

a
📈Ibovespa
O Ibovespa começa a operar às 10h.
Na véspera, o índice teve alta de 0,63%, aos 130.464 pontos.
Com o resultado, o índice acumulou:
alta de 0,63% na semana;
avanço de 0,16% no mês; e
ganho de 8,46% no ano.

O que está mexendo com os mercados?
Trump disse nesta terça que não tem planos de demitir o presidente do Fed, Jerome Powell. O republicano reforçou, no entanto, que gostaria que as taxas de juros fossem mais baixas.
“Não tenho intenção de demiti-lo”, disse Trump a repórteres no Salão Oval. “Gostaria de vê-lo um pouco mais ativo no que diz respeito à ideia de reduzir as taxas de juros”, acrescentou.
A declaração veio após dias de pressão e críticas de Trump contra Powell. Na última quinta-feira (17), o republicano chegou a ameaçar a permanência do banqueiro central no cargo — mesmo sem ter poder para demiti-lo. Trump disse que, caso peça para o chefe do BC deixar a função, ele irá deixar — o que foi negado por Powell.
As taxas de juros nos EUA estão, atualmente, entre 4,25% e 4,50% ao ano — um patamar alto para os padrões de juros do país — e Trump já criticou essa política monetária em diversas ocasiões, desejando o corte dos juros.
🔎 Isso porque juros altos são uma ferramenta para controlar a inflação, já que encarecem a tomada de crédito pela população e pelas empresas e, assim, impacta os níveis de consumo e investimentos da economia, reduzindo a pressão sobre os preços.
⚠️ No entanto, com menor consumo, a atividade econômica tende a desacelerar, afetando o crescimento da economia do país.
O mau humor de Trump com Powell ocorreu após o presidente do Fed criticar o tarifaço imposto pelo republicano.
Segundo Powell, a guerra tarifária iniciada pelos EUA pode dificultar o trabalho do BC americano, que toma suas decisões sempre guiado pelo objetivo de controlar a inflação e fortalecer o mercado de trabalho.
As tarifas maiores podem encarecer os custos de produção no país e esses preços tendem a ser repassados para o consumidor, impactando a inflação.
Além do recuo com Powell, Trump também deu sinalizações positivas sobre a guerra tarifária com a China.
O republicano afirmou que um entendimento com o gigante asiático poderia “reduzir substancialmente” as tarifas aplicadas sobre os produtos chineses importados pelos EUA. Segundo cálculos da Casa Branca, as taxas totais contra o país já chegam a 245%.
Mais cedo na terça, o Secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, já havia afirmado acreditar que, embora as negociações comerciais com Pequim provavelmente sejam “árduas”, haverá uma redução nas tensões comerciais entre EUA e China.



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