Iniciativa é da Dataprev, estatal de tecnologia que gerencia dados de inscritos no INSS e em programas de assistência social. Empresa estatal Dataprev administra dados da Previdência Social e de programas sociais, como Benefício de Prestação Continuada (BPC
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A Dataprev, empresa estatal de tecnologia que gerencia dados de milhões de pessoas, anunciou nesta terça-feira (29) um projeto para permitir que brasileiros “vendam” seus dados para empresas em troca de dinheiro.
A Dataprev gerencia dados de aposentados e pensionistas do INSS e de programas de assistência social, como o Benefício de Prestação Continuada (BPC).
A ideia é que os titulares tenham controle sobre seus dados e possam obter lucro com eles, segundo afirmou o presidente-executivo da estatal, Rodrigo Assumpção, no Web Summit Rio.
“Estamos prontos para começar uma iniciativa que certificará os dados referentes a esses contratos e permitirá que os dados sejam monetizados”, afirmou Assumpção.
De acordo com ele, o projeto prevê que o titular dos dados possa interromper o compartilhamento de suas informações a qualquer momento.
A iniciativa está em fase de estudos, mas o chefe da Dataprev diz acreditar que, no início, não deverá existir uma opção para empresas identificarem pessoas específicas em um conjunto de dados.
“Acredito que o uso desses dados será menos para identificar indivíduos e mais para identificar tendências de mercado”, afirmou ele.
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Quem está por trás do projeto?
Segundo Rodrigo Assumpção, o projeto está sendo realizado pela DrumWave, empresa americana que afirma “ajudar empresas e consumidores a gerenciar e se beneficiar de seus dados”.
A empresa foi representada no Web Summit por Brittany Kaiser, integrante do seu conselho conhecida por revelar detalhes do escândalo da Cambridge Analytica, em 2018.
O caso envolveu a manipulação de dados de milhões de pessoas para ajudar a eleger Donald Trump em 2016 e interferir no referendo do Brexit, que culminou na saída do Reino Unido da União Europeia, no mesmo ano.
Como deve funcionar?
Hoje, a Dataprev já intermedeia contratos de empréstimo consignado entre instituições e beneficiários do INSS. Agora, a ideia é desenvolver um sistema para que os dados pessoais incluídos nesses contratos sejam usados por terceiros.
“Haverá uma opção para o indivíduo autorizar que os dados referentes a este contrato sejam colocados em uma carteira de dados e fiquem disponíveis para monetização”, explicou Assumpção.
Na sequência, o conjunto de dados liberados por uma pessoa seria oferecido para empresas.
“Haverá uma carteira de dados ao lado da carteira de previdência social, que vai gerar receita por meio dos dados”, afirmou Brittany, em entrevista ao g1.
“Ao receber ofertas de terceiros que queiram licenciar seus dados, o titular poderá aceitá-las ou recusá-las, compartilhar seus dados e receber pagamentos nessa carteira”, acrescentou.
Ainda não é possível saber quanto o titular poderá ganhar com o compartilhamento de suas informações, mas, segundo a DrumWave, a expectativa é que essa prática funcione como um complemento de renda.
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