Presidente dos Estados Unidos deu declaração em evento do Comitê Nacional Republicano para o Congresso nesta terça (7). As tarifas individualizadas começaram a valer à 1h desta quarta (9). Trump em evento do Comitê Nacional Republicano para o Congresso
Reuters
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que líderes mundiais estão “puxando seu saco” para conseguir negociar as tarifas recíprocas. A declaração foi feita em um jantar do Comitê Nacional Republicano para o Congresso nesta terça (7).
“Estou te falando, esses países estão nos ligando, puxando o meu saco. Eles estão doidos para fazer um acordo. ‘Por favor, por favor, senhor, me deixe fazer um acordo'”, disse.
🔍 Em inglês, Trump usou a expressão “kissing my ass”, que significa “bajular” e também pode ser traduzida como “puxando o saco”. A tradução literal da expressão é “beijando o meu traseiro”.
As tarifas individualizadas começaram a valer à 1h desta quarta (9). O destaque é a taxa de 104% imposta aos produtos importados da China. No último sábado (5), as tarifas gerais entraram em vigor.
Mais cedo, Trump havia afirmado acreditar que a China iria concordar com um acordo “em algum momento”. Além disso, disse que país “está manipulando a moeda para compensar tarifas”.
“Tem que dar o braço a torcer. Eles estão manipulando a moeda hoje como uma forma de compensar as tarifas”, disse Trump em um evento no Comitê Nacional Republicano do Congresso.
Tarifaço afeta, principalmente, a China
Trump diz que ‘tarifaço’ é algo que já deveria ter sido feito
Na tarde desta terça-feira (8), a Casa Branca confirmou que as tarifas de 104% dos EUA contra a China começarão a ser cobradas na quarta (9).
Na madrugada de segunda para terça, a China já havia dito que não voltaria atrás na decisão e que estaria pronta para seguir respondendo aos aumentos tarifários, apesar de considerar que “em uma guerra comercial não há vencedores”.
Também passam a valer nesta quarta as tarifas recíprocas individualizadas, mais altas, impostas aos países com os quais os EUA têm maiores déficits comerciais.
Esse novo capítulo do “tarifaço global” dos EUA começou no último dia 2 de abril, quando Trump anunciou taxas de importação sobre 180 países de todo o mundo.
A Ásia foi o continente que recebeu as maiores tarifas. A taxa anunciada por Trump para a China no dia foi de 34%, o que faria com que os produtos chineses fossem taxados pelos EUA em 54%, no total.
Na sexta-feira (4), a China anunciou que iria impor tarifas também de 34% sobre os produtos americanos, como resposta ao tarifaço.
Trump, então, ameaçou cobrar taxas extras de 50% à China se o país não recuasse da retaliação nesta terça (8). Como Pequim não desistiu, as tarifas de 104% entraram em vigor.
Como a tarifa para a China chegou a 104%:
No início de fevereiro, os EUA aplicaram uma taxa extra de 10% sobre as importações vindas da China, que se somou à tarifa de 10% que já era cobrada do país, chegando a 20%;
Na quarta-feira da semana passada, dia 2 de abril, Trump anunciou seu plano de “tarifas recíprocas” que incluía uma taxa extra de 34% à China, elevando a alíquota sobre os produtos do país asiático a 54%;
Agora, após a retaliação chinesa que também impôs tarifas de 34% sobre os EUA, a Casa Branca confirmou mais 50% em taxas sobre as importações chinesas, deixando a tarifa sobre o país no patamar de 104%.
Tarifas movimentam mercado financeiro
Há dias, o mercado financeiro sofre com a incerteza causada pelo tarifaço. Na segunda (7), as ações mundiais despencaram.
Nesta quarta (9), o mercado asiático abriu em forte queda, mas se estabilizou ao longo da madrugada.
Às 22h30, alguns índices despencavam com queda superior a 4%. Ao longo da madrugada, as ações estabilizaram e, na China, o principal índice CSI 1000 chegou a registrar alta. O Nikkei 225, do Japão, foi o mais afetado, registrando uma queda contínua de cerca de 4%.
Ainda no início da semana, no entanto, as bolsas de Nova York fecharam em baixa, com o S&P 500 batendo abaixo de 5.000 pela primeira vez em quase um ano.
Os índices de ações dos EUA viram sua capitalização encolher mais US$ 852 bilhões nesta terça. A perda acumulada já alcança US$ 10,8 trilhões desde 20 de janeiro, dia em que o presidente Donald Trump assumiu a Casa Branca, segundo dados compilados pela consultoria Elos Ayta.
O tombo é puxado pelas sete gigantes da tecnologia: Apple, Microsoft, Nvidia, Amazon, Alphabet (Google), Meta (Facebook) e Tesla.
Juntas, as companhias perderam US$ 320 bilhões só nesta segunda. Desde janeiro, o grupo viu seu valor de mercado encolher US$ 4,55 trilhões.
No Brasil, o Ibovespa, principal índice de ações da bolsa de valores, fechou em queda novamente, aos 123.932 pontos. Já o dólar chegou a bater os R$ 6, mas encerrou a R$ 5,9973.
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