Organização Mundial do Comércio, que completa 30 anos em 2025, foi criada com a missão de reduzir barreiras e integrar o mundo por meio de regras claras para o comércio internacional. A OMC, sigla para Organização Mundial do Comércio, foi criada em 1995 com a missão de reduzir barreiras e integrar o mundo por meio de regras claras para o comércio internacional. Seu objetivo é garantir que países disputem espaço no mercado global em condições justas, oferecendo um espaço para diálogo e solução de conflitos comerciais.
30 anos depois, a OMC vive uma fase de enfraquecimento. É o que explica o embaixador Roberto Azevêdo, que foi diretor da organização de 2013 a 2020, em entrevista ao podcast O Assunto desta quinta-feira (10). “Eu já avisava os membros: ‘olha, nós vamos ter um problema’.”
“Porque o sistema estava desatualizado. Quando as regras foram negociadas, não existia internet, não existia comércio eletrônico, não existia o espaço digital, não existia nada disso. O mundo mudou muito, e não só mudou na forma de fazer negócio, mudou também em quem faz os negócios”, complementa.
Desde 2019, o órgão de apelação do principal mecanismo de resolução de disputas da OMC está paralisado, justamente por conta do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que, ainda no seu primeiro mandato, barrou a nomeação de novos juízes.
É nesse cenário de esvaziamento da OMC que o mundo também assiste a uma guerra comercial envolvendo a China e os Estados Unidos de Trump, agora em seu segundo mandato.
A China entrou na OMC em 2001, marcando uma virada no cenário global. O país teve um salto de desenvolvimento e se tornou uma potência comercial, o que é visto por Trump como prejudicial aos Estados Unidos, que acusam o país asiático de práticas desleais.
Imagem ilustrativa mostra bandeiras dos EUA e da China em Pequim
Tingshu Wang/Reuters
“Hoje, a maior potência mundial de comércio é a China, não é mais os Estados Unidos, não é mais a Europa. Hoje a China é o principal parceiro comercial do mundo. Tudo isso mudou e o sistema precisava se atualizar, o sistema precisava se modernizar”, afirma Azevêdo.
Mas, sem os juízes e sem regras atualizadas, prevalece a “lei da selva”, como afirma Azevêdo. E cujas om consequências refletem no mundo todo.
“Numa situação como a atual, nós estaríamos vendo o contencioso para todo lado, você estaria vendo as partes uma reclamando da outra, alegando que houve violação das regras e por aí vai. E isso tende a despolitizar a discussão, tende a diminuir, abaixar o tom, porque fica em uma esfera jurídica, em uma esfera mais técnica e isso ajuda bastante.”
Ouça a íntegra do episódio aqui.
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O podcast O Assunto é produzido por: Mônica Mariotti, Amanda Polato, Sarah Resende, Gabriel de Campos, Luiz Felipe Silva e Thiago Kaczuroski. Apresentação: Natuza Nery.
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