O combate às fraudes bancárias no Brasil tem ganhado uma nova dimensão com o avanço das tecnologias digitais. A crescente sofisticação das ameaças, impulsionadas pela cibercriminalidade, exige que instituições financeiras se adaptem constantemente e invistam em soluções inovadoras para garantir a segurança de seus clientes e a integridade do sistema financeiro.
A evolução da criminalidade nos últimos anos foi um dos pontos destacados por Paulo Henrique Costa, presidente do Banco Regional de Brasília (BRB), durante o Fórum Brasil, realizado em Brasília no dia 13 de novembro. Em seu discurso, Costa ressaltou que, enquanto os crimes tradicionais, como roubos físicos, ainda são uma realidade, a ameaça digital tem se expandido de forma alarmante. “O que antes era apenas o roubo de um caixa eletrônico, hoje se transformou no furto de dados e no roubo de celulares com informações sensíveis e acesso a contas bancárias”, explicou.
Segundo dados do setor, a escala dessa nova modalidade de crime é preocupante. Em São Paulo, por exemplo, a região da Faria Lima registrou 900 roubos de celulares nos últimos três meses, um indicativo claro do aumento da vulnerabilidade dos dispositivos móveis, que frequentemente carregam dados bancários.
A tecnologia tem se mostrado uma aliada essencial na luta contra as fraudes bancárias. Desde a implementação de sistemas avançados de inteligência artificial até o uso de blockchain para transações mais seguras, as instituições financeiras estão investindo fortemente em soluções que ampliam a capacidade de identificar e prevenir fraudes.
Paulo Henrique Costa destacou a importância de ferramentas tecnológicas para mapear, prever e impedir a ocorrência de crimes financeiros. Segundo ele, essas tecnologias são fundamentais não apenas para a segurança das operações, mas também para criar um sistema financeiro mais resiliente e capaz de enfrentar novos desafios impostos pela cibercriminalidade.
Um ponto crucial do discurso de Costa foi a necessidade de uma maior integração entre o setor financeiro e as forças de segurança pública. Para ele, um sistema coordenado de combate às fraudes é fundamental. “Precisamos de um sistema robusto que permita o compartilhamento de informações sobre CPFs e CNPJs envolvidos em atividades fraudulentas e que facilite o bloqueio de contas não movimentadas, além de permitir a troca de scores de fraude para impedir a lavagem de dinheiro”, afirmou.
Essa colaboração, segundo o presidente do BRB, pode criar um ambiente mais seguro, no qual a atuação conjunta de bancos e segurança pública seja capaz de desmantelar redes criminosas e garantir a confiança dos consumidores no sistema bancário.
Com o avanço das ameaças digitais, a prioridade das instituições financeiras não pode ser apenas o atendimento ao cliente, mas também a proteção das informações sensíveis e a prevenção de crimes financeiros. Costa alertou para a necessidade de um esforço contínuo para garantir a segurança do sistema financeiro. “A geração de emprego, renda e desenvolvimento econômico só é possível em um ambiente onde a confiança e a segurança financeira prevalecem”, afirmou.
A inovação tecnológica, quando aliada à cooperação entre diferentes entidades, é vista como a chave para um sistema bancário mais seguro. O presidente do BRB concluiu seu discurso enfatizando que a tecnologia tem o poder de transformar a realidade do combate às fraudes, criando um sistema mais eficiente e seguro, com impacto social positivo.
O combate às fraudes bancárias no Brasil é um desafio complexo, mas a integração de novas tecnologias, como inteligência artificial e análise de dados, juntamente com a colaboração entre instituições financeiras e órgãos de segurança pública, oferece um caminho promissor para a construção de um sistema mais seguro. À medida que a cibercriminalidade continua a evoluir, a segurança bancária precisa se adaptar e inovar constantemente para proteger os consumidores e garantir a integridade do sistema financeiro.