Presidente americano já sinalizou diversas vezes, desde o início da guerra tarifária entre os dois países, que tem interesse em negociar os acordos comerciais com a China. O presidente dos EUA, Donald Trump, participa de uma reunião de gabinete na Casa Branca
REUTERS/Nathan Howard
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que está tendo “conversas muito boas” com a China em conversa com repórteres nesta sexta-feira (18), segundo informações da agência de notícias Reuters.
Trump já sinalizou diversas vezes, desde o início da guerra tarifária entre os dois países, que tem interesse em negociar os acordos comerciais com a China.
Nesta quinta (17), inclusive, o presidente americano disse que o país asiático já entrou em contato “várias vezes” com o governo dos EUA para buscar um acordo e reduzir as tarifas de importação.
“Acredito que vamos fazer um acordo com a China”, afirmou Trump em entrevista a jornalistas no Salão Oval nesta quinta-feira, reiterando que as tarifas norte-americanas sobre produtos chineses podem “não aumentar e podem até mesmo diminuir”.
Bruno Carazza analisa a limitação das exportações americanas de chips para China; e a dependência dos EUA por minerais críticos chineses
A China é alvo de ataques de Trump desde o início do mandato do presidente.
Logo no começo do governo do republicano, em fevereiro, os EUA aplicaram uma taxa extra de 10% sobre todas as importações chinesas sob a justificativa de que o país asiático facilitava o tráfico de fentanil. Essa taxa se somou aos 10% que já eram cobrados do país, resultando uma taxa de 20%.
A guerra tarifária entre as duas maiores economias do mundo, porém, se intensificou na primeira semana de abril, após o anúncio das tarifas recíprocas prometidas pelo presidente americano, Donald Trump.
No último dia 2, Trump detalhou a tabela das tarifas, que vão de 10% a 50% e serão cobradas sobre mais de 180 países.
A China foi um dos países que foi tarifado — e com uma das maiores taxas, de 34%. Essa taxa se somou aos 20% que já eram cobrados em tarifas sobre os produtos chineses anteriormente.
Como resposta ao tarifaço, o governo chinês impôs, na sexta (4), tarifas extras de também 34% sobre todas as importações americanas.
Os EUA decidiram retaliar a resposta, e Trump deu um prazo para a China: ou o país asiático retirava as tarifas até as 13h (horário de Brasília) de terça-feira (8) ou seria taxado em mais 50 pontos percentuais, levando o total das tarifas a 104%.
A China não recuou e ainda afirmou que estava preparada para “revidar até o fim”.
Cumprindo a promessa de Trump, a Casa Branca confirmou a elevação em mais 50% das tarifas sobre os produtos chineses. O presidente americano disse, porém, que acreditava que a China chegaria a um acordo com os EUA para evitar mais tarifas.
A resposta chinesa veio na manhã de quarta-feira (9): o governo elevou as tarifas sobre os EUA de 34% para 84%, acompanhando o mesmo percentual de alta dos EUA.
No mesmo dia, Trump anunciou que daria uma “pausa” no tarifaço contra os mais de 180 países que foram taxados com tarifas que variam de 10% a 50%. Essa pausa é, na verdade, uma redução de todas as tarifas para 10% por um prazo de 90 dias. Tarifas específicas já em vigor, como as de 25% sobre aço e alumínio, não são afetadas pela medida — e continuam valendo.
A exceção, porém, foi a China. Trump anunciou mais uma vez a elevação de tarifas sobre os produtos chineses, para 125%. Na quinta (10), a Casa Branca explicou que as taxas de 125% foram somadas a outra tarifa de 20% já aplicada anteriormente sobre a China, resultando numa tarifa total de 145%.
Como resposta, na sexta-feira (11), os chineses elevaram as tarifas sobre os americanos para 125%.
Na terça-feira, um comunicado no site oficial da Casa Branca disse que a China encararia tarifas de até 245% como resultado das “ações retaliatórias” do país asiático.
O documento não explicava como os EUA chegaram ao cálculo, mas foi atualizado para esclarecer que a taxa será aplicada sobre produtos específicos.
O novo texto ficou assim: “A China enfrenta uma tarifa de até 245% sobre importações para os Estados Unidos como resultado de suas ações retaliatórias. Isso inclui uma tarifa recíproca de 125%, uma tarifa de 20% para abordar a crise do fentanil e tarifas da Seção 301 sobre bens específicos, entre 7,5% e 100%.”
A atenção está em setores estratégicos para os asiáticos, como tecnologia da informação, fabricação de máquinas automatizadas e robótica, veículos de nova energia (NEVs), equipamento de aviação e voo espacial, entre outros.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Lin Jian, respondeu ao questionamento de jornalistas locais sobre as tarifas de 245% afirmando que “podem perguntar ao lado americano o valor específico das tarifas” e que a China deve manter sua posição, segundo o jornal estatal chinês Global Times.
Veja mais em:
Trump diz que China entrou em contato ‘várias vezes’ para falar sobre tarifas
Casa Branca divulga documento com tarifa de 245% para chineses, causa confusão e atualiza texto
China diz que ‘não dará atenção’ se EUA continuarem com ‘jogo numérico das tarifas’
China proíbe entrega de jatos da Boeing em reação ao tarifaço de Trump
Exportações da China disparam em março, por conta de Tarifaço de Trump
Source link
